Folgosa freguesia de São Salvador na Idade Média, tráz história que remontando à era pré-romana é enriquecida pela história do Mosteiro de Santo Tirso, e pela das populações vizinhas. D’ entre os lugares que a compõe, Monforte é, sem dúvida o mais antigo. O seu nome, composto pela aglutinação de Monte e Forte, alude à defesa Castreja e significa que o monte aí existente foi em tempos fortificado. Já em 1027 se grafava “Monte Fortim”. Em 1258, nas Inquirições Afonsinas encontramos a expressão “Martinus Paiço” e a variante “Martinus Paaço”, ou seja, “Palácio de Martinus”. O termo Paiço que passou a Paço, originando esta palavra, derivou por sua vez de Palatium-Palácio. O Lugar de Quintã era, também ele, “paiço” de um senhor fidalgo, assim como o Lugar de Paiço, que por lá morar o Senhor da Vila, era assim designado. Vilar da Luz é mais um lugar, cuja palavra Vilar, remonta ao sec. XII .

 

 

Villa Felgosa é já citada em 1080, e no “Rol das igrejas do Rei” levado a cabo em 1258, figura a sua igreja “Sanctus Salvator de Felgosa”.

Felgosa deriva do latim “filictum” que quer dizer, “lugar onde há fetos”. Assim temos “Filic” que evoluiu para “Felic” que por apofonia do “i” em “e” deu “Felg”. Querendo “Felg” dizer feto, e “osa” fizer abundância, temos Felgosa designação pela qual foi conhecida esta Freguesia até 1258, altura em que passou a Folgosa, nome que ainda hoje tem.

Em 1320 a Igreja paroquial de São Salvador de Folgosa, entre outras, pertencia ao Mosteiro de Santo Tirso.

Igreja Matriz de Folgosa actual, é um edifício aparentemente seiscentista.

Subindo ampla escadaria que a antecede, deparamos com o edifício cuja frontaria é ladeada por duas esbeltas torres sineiras coroadas com cúpulas bulbiformes rodeadas de quatro fogaréus. O templo primitivo debruado a cantaria, seria apenas ladeado por uma torre, pois a segunda surge como resultado das obras de restauro e ampliação das quais foi mentor o Sr. Padre Roriz, ex-Pároco desta freguesia. A sua fachada, revestida a azulejo, mostra-nos de cada lado amplo portal em esquadria, encimado por frontão arqueado sobre o qual se abre um janelão rectangular, imagens alusivas aos apóstolos São Pedro e São Paulo. No tímpano da empena, um relevo em cantaria ergue-se até ao nicho que alberga um Anjo. Esta é rematada com frontão terminado em acento circunflexo, em cujo vértice se equilibra uma cruz celta, ladeada por quatro fogaréus.

Entramos no templo, e logo ao lado esquerdo, encontramos a Pia Baptismal. Do lado direito está uma vetusta placa em pedra gravada.

Os azulejos que decoram estas paredes, são ainda os primitivos, já os que se encontram na nave da Igreja, embora semelhantes, foram colocados na altura em que se fizeram as ditas obras de restauro. Os altares situados lateralmente ao arco de volta perfeita que dá acesso à Capela Mor, são dedicados ao Sagrado Coração de Jesus, que tem a seus pés a imagem do Mártir São Sebastião e a Nossa Senhora do Rosário aos pés da qual, no mês de Janeiro, reside a imagem de Santo Amaro.

Nesta altura foi também alargado o Altar Mor, que nos surge ladeado pelas imagens de São Salvador e do Sagrado Coração de Maria. O altar (mesa) que aqui está, é o púlpito que se encontrava na Igreja primitiva. Guardadas na Sacristia estão duas imagens mui antigas. Uma de Nossa Senhora do Carmo e outra de São Joaquim e Santa Ana com a sua filha, Nossa Senhora, ao colo. Nesta freguesia o património monumental erguido é essecialmente de ordem religiosa.

Na Capela de São Fructuoso, reconstrução de uma outra totalmente destruída em 1908, salientamos o Altar Mor com a sua talha dourada. A origem deste, perde-se na noite dos tempos. Pertença desta capela é uma relíquia óssea deste Santo Ibérico que foi Arcebisto de Braga, onde fundou um dos seus últimos conventos por volta de 650 d.C. a 660 d.C., encontrando-se a mesma guardada em casa do pároco da freguesia, e donde sai em dias de procissão.

Junto a este templo podem encontrar-se dois marcos pétreos, um dos quais contém data ilegível e um símbolo em forma de báculo, que delimitariam as terras da Ordem Beneditina com as do Mosteiro de Santo Tirso.

Na Capela de Santa Cristina, em cujo adro se encontra um dos dois bonitos coretos, pratica-se não só o culto a Santa Cristina, procedente também da Idade Média, como a Santo Ovídio, ambos com festa no 1º Domingo de Setembro.

Sim, pois tendo sido Santa Cristina do Vale Coronato freguesia, aquando da sua extinção como tal, foi dado a escolher à sua população a que freguesia queria pertencer, se a Folgosa se a São Pedro de Fins. Por longas disputas entre as populações da recém extinta e de São Pedro de Fins, a escolha recaiu em Folgosa.

Dentro da Capela Mor cujo tecto é todo em madeira, está o Altar Mor que aparentemente veio de outra capela, e quando o restauraram, por trás dele encontram o primitivo, que era em pedra lavrado. O actual, sóbrio e belo, exibe por baixo do Crucifixo, o Sacrário.

Este é elegantemente trabalhado e data apenas do fim do século passado, altura em que foi feito o acima referido restauro. A ladeá-lo temos quatro paineis com inscrição dos nomes: do lado do Evangelho, “São Franciscvs Salegins” e “São Fernandvs Arras” e do lado do Missal, “São Philipvs Nerivs” e “Santa Elisabeth Regina”.

Segundo a tradição oral, tudo levando a crer verdadeira, o adro e o interior da capela serviram como cemitério, na altura em que Santa Cristina era paróquia.

 

 

Antigamente o cruzeiro que se encontra no adro da Igreja, situava-se no centro do mesmo entre os dois coretos lá existentes. Em tempos antigos por aqui passava a Estrada Romana ou Estrada Real. Hoje, é neste local que se fazem as festas.

Supõe-se ser esta uma capela seiscentista com base na data inscrita na base do já referido Cruzeiro, 1602, situado no terreiro empedrado defronte à mesma.

Quem estas Igrejas quiser visitar e aproveitar para conhecer o resto da freguesia, poderá percorrer um território com cerca de 10 Km. Sendo esta Freguesia a mais extença do Concelho da Maia não é contudo a mais populosa.

Nos últimos censos rondava os 3200 habitantes. A maioria das suas gentes, vive da agricultura, dái que o sector mais desenvolvido seja o primário, encontrando-se em fase de expanção o sector secundário e o terciário.

Em tempos que o tempo tem, daqui se exportava para Inglaterra grandes quantidades de gado bovino.

 

 

Segundo o “Minho Pitoresco” esta freguesia era “.. o principal centro de fabricação de cangas e jugos…”.

Dito isto, esta freguesia possui umas belas piscinas “Complexo Municipal de Piscinas de Folgosa”, que servem não só a população local como podem servir quem delas quiser tirar proveito.

Nos seus limites e fazendo fronteira com o Concelho vizinho de Santo Tirso, o Aeródromo Vilar da Luz, vem colocar esta Freguesia mais próxima de todo e qualquer outro local.